Qual dor, dói mais?

Qual a dor que dói mais?

 Martha Medeiros já citou em um dos seus texto algumas delas…

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. 

Torcer o tornozelo dói. 

Um tapa, um soco, um pontapé, doem. 

Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim…

São todas dores físicas que o corpo aguenta firme… E a dor da perda?

 Perda de um irmão, mãe, pai, parentes, amigos, até mesmo a dor de 231 pessoas que nem sequer conheço, mas dói, e dói na alma…

Ver o sofrimento das pessoas estampado em cada rosto, cada olhar, cada lágrima…

dói demais!
Dói em pensar nesses jovens que se foram tão cedo… Nas coisas que sonharam e não se cumpriram, dos lugares que gostariam de ter conhecido e não puderam, nas suas caras metades que alguns ainda não haviam encontrado, nos livro que não tiveram a oportunidade de ler, nas famílias que não puderam constituir, nos filhos que não tiveram a chance de ter…

Na vida que ainda tinham para viver…
Fico com a sabedoria de Drummond quando diz que a cada dia em que vivemos devemos nos convencer de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade…
Dessa tragédia as imagens que quero guardar comigo são as da SOLIDARIEDADE das pessoas, lindo e humano num momento de tanta tristeza e dor…